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Como mindfulness pode protegê-lo(a) à medida que você envelhece

 

Os mais velhos tendem a se sentir mais positivos que os mais novos — talvez porque sejam mais plenamente conscientes.

Por Jenn Director Knudsen | 28 de março de 2018

Normalmente, a idade avançada é associada a vários males, desde dores físicas até esquecer onde se pôs as chaves. Mas uma pesquisa demonstra, consistentemente, que os adultos mais velhos tendem a experimentar mais emoções positivas que os adultos mais jovens.

Por que será?

Um estudo pioneiro explorou esse “paradoxo do bem estar” e concluiu que nossa tendência é ficar mais plenamente conscientes (mindful) à medida que envelhecemos, o que talvez explique por que nos sentimos melhores.

“A Consciência Plena (mindfulness) pode ser um componente importante do envelhecimento saudável”, escreve a líder Natalie J. Shook e seus colegas da West Virginia University no [periódico] Translational Issues in Psychological Science.

Em seu estudo, Shook & colegas investigaram 123 adultos mais jovens (idade: 25-35) e 117 adultos mais velhos (idade: 60-91). Os participantes viviam na região do meio-Atlântico dos Estados Unidos; a maioria, mulheres.

Os pesquisadores arguíram os participantes sobre seu humor, sua atenção plena (mindfulness) e sua perspectiva quanto ao futuro para ver como esses fatores poderiam estar relacionados. Os participantes relataram suas emoções positivas e negativas à época, tais como, entusiasmo, medo, interesse e hostilidade. Eles refletiram sobre o quanto estavam plenamente atentos ao momento, ao invés de ficarem vivendo no passado ou antecipando o futuro (por exemplo, “Eu me pego fazendo coisas sem prestar atenção”). Os participantes também avaliaram se se sentiam preocupados sobre o pouco tempo de vida restante (por exemplo, “Eu sinto a importância do passar do tempo”) ou positivos sobre as oportunidades que lhes aguardavam.

Os adultos mais velhos tenderam a reconhecer que tinham menos anos de vida na terra que os participantes mais novos, mas também sentiam mais emoções positivas (mais evidência do paradoxo do bem estar). Segundo a análise dos pesquisadores, era seu foco no aqui agora — mais consciência plena comparativamente aos mais novos — que explicava seu bom humor. Quanto mais alta sua [incidência de] consciência plena, melhor eles se sentiam.

Por que a consciência plena (mindfulness) aumenta com a idade? Uma vez que estar plenamente consciente pode nos ajudar a regular as emoções e aliviar o estresse, seria útil aos humanos crescer em consciência plena à medida que envelhecemos.

“O cultivo da plena consciência pode ser um recurso adaptativo para se manter o bem estar emocional quando se enfrentam os desafios da vida”, concluem Shook e seus colegas. Isso é significativo, pois emoções positivas podem gerar também mais saúde física.

Ainda assim, afirma Shook, “Não sabemos com certeza por que os adultos mais velhos apresentam índices mais altos de consciência plena que os adultos mais novos”. Ela e seus colegas estão investigando esse fenômeno agora e suspeitam que isso decorra de mudanças na perspectiva do tempo.

“Enquanto jovens, tendemos a ficar mais focados no futuro — pensando naquilo que gostaríamos de conquistar em termos de carreira e família, por exemplo”, diz Shook. “À medida que envelhecemos e temos menos tempo à frente, começamos a focar mais no presente do que no futuro e refletimos sobre o que temos no momento.”

Não é preciso atingir a idade avançada para se beneficiar da consciência plena (mindfulness). Mesmo dentre os participantes mais novos do estudo, quanto mais plenamente conscientes eles eram, mais emoções positivas eles experimentavam.

“A princípio, uma prática regular de consciência plena (como, por exemplo, exercícios de respiração plenamente consciente ou meditação) pode ser utilizada por todas as faixas etárias para um melhor bem estar emocional”, afirma Shook.

Para os jovens que relutam em meditar, esse estudo fornece ainda mais evidência de que a investida vale a pena. E é estimulante saber que a idade pode não só trazer sabedoria ou joelhos doloridos, mas também mais consciência plena (mindfulness).

Este artigo foi publicado originalmente na revista online Greater Good, do Greater Good Science Center da UC, Berkeley, sendo aqui traduzido sob permissão por Rosana Lucas para o NUMI.

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