Uma postura de meditação raramente usada nos programas de mindfulness e mesmo nos centros buddhistas contemporâneos é a meditação parada em pé. Deixo aqui uma explicação de Ann Lovelock sobre esta prática.
“Fique em pé, de modo relaxado, com o corpo voltado para o interior da sala, mas próximo da parede de onde vai começar a caminhada. Tome alguns minutos para ajustar a postura, mantendo-se o tempo todo consciente do seu corpo. Os pés devem estar pousados sobre o chão, paralelos um ao outro e ligeiramente afastados; os braços devem estar frouxamente estendidos ao lado do corpo. Antes de mais nada, ajuste o seu equilíbrio a fim de certificar-se de que ele está igualmente distribuído em ambos os pés; em seguida, certifique-se do balanceamento entre o calcanhar e as solas de cada pé: o ponto de equilíbrio deve situar-se no arco dos pés. A seguir, movimente os músculos das coxas a fim de que as rótulas dos joelhos girem ligeiramente para fora.
O segredo para manter uma boa postura em pé reside na posição dos quadris. Enquanto estiver mantendo o correto equilíbrio sobre os pés, ajuste cuidadosamente a pélvis a fim de que a espinha dorsal fique ereta, evitando a projeção do estômago e a inclinação dos ombros. A maior parte das pessoas conseguirá isso apenas movendo ligeiramente os quadris para baixo. Certifique-se de relaxar toda a tensão nos ombros, deixando para isso os braços estendidos ao longo do corpo, as mãos relaxadas e as palmas voltadas para dentro. Aproveite para ‘criar’ espaço entre os lóbulos das orelhas e os ombros; ajuste a sua cabeça, se isso for necessário, a fim de que ela não penda para trás nem seu queixo se projete para a frente.
Se você fez todos os ajustes corretos não deverá haver nenhuma tensão em seu corpo. Mantenha-se nesta posição por algum tempo a fim de acostumar-se à postura, procurando ‘senti-la’. Você provavelmente terá que checar toda a sua postura, dos pés à cabeça, cada vez que fizer um ajustamento em alguma parte do corpo onde algo não esteja indo bem”.
.: Ricardo Sasaki é psicólogo clínico, diretor do Centro Nalanda e um dos professores do NUMI.
Muito bom, obrigada!